O cogumelo Reishi (Ganoderma lucidum), conhecido como Lingzhi na China e Reishi no Japão, é amplamente reconhecido por suas propriedades medicinais e pelo seu papel ecológico. Este cogumelo tem sido utilizado na medicina tradicional há mais de 2000 anos, sendo reverenciado por seus benefícios à saúde e sua capacidade de promover a longevidade. O Reishi apresenta um corpo de frutificação grande, em forma de rim e semelhante a uma prateleira. Seu chapéu tem uma superfície envernizada e brilhante, variando de marrom-avermelhado a marrom-escuro, com um diâmetro de 2 a 20 cm e espessura de 1 a 3 cm. A parte inferior é branca a marrom-clara, contendo pequenos poros que liberam esporos vitais para sua reprodução. Este cogumelo possui uma textura lenhosa e dura, o que se deve ao alto teor de quitina em sua estrutura (Wachtel-Galor et al., 2011).
O Reishi cresce naturalmente em árvores de madeira dura em decomposição, como carvalhos, bordos e olmos. Pode ser encontrado em tocos, troncos e raízes dessas árvores, alimentando-se da madeira morta e em decomposição (Slynko et al., 2017). Este cogumelo está amplamente distribuído em regiões temperadas e tropicais ao redor do mundo, sendo comum na Ásia, incluindo China, Japão e Coreia, além de América do Norte, Europa e partes da América do Sul. Além disso, é cultivado comercialmente em substratos como toras de madeira dura, serragem e palha de arroz (Veena & Pandey, 2011).
O Reishi é rico em diversos compostos bioativos, incluindo polissacarídeos, triterpenoides, proteínas, peptídeos e fenóis. Estes compostos são responsáveis por suas propriedades medicinais, tais como efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e moduladores do sistema imunológico (Ahmad et al., 2021). Estudos mostram que a composição química pode variar dependendo da origem e das condições de cultivo das diferentes cepas de G. lucidum (Slynko et al., 2017).
O Reishi é conhecido por suas múltiplas aplicações terapêuticas. Tem sido utilizado para melhorar a função imunológica, reduzir o estresse, melhorar a qualidade do sono e promover o bem-estar geral (Jiang, 2016). Estudos indicam que este cogumelo possui propriedades anticancerígenas, imunomoduladoras, antivirais, antibacterianas, antidiabéticas, hepatoprotetoras, gastroprotetoras e renoprotetoras (Slynko et al., 2017). O uso do Reishi em combinação com agentes quimioterápicos tem mostrado melhorar os resultados terapêuticos, aumentando a eficácia dos agentes quimioterápicos e reduzindo a resistência a medicamentos (Čižmáriková, 2017).
O Reishi desempenha um papel crucial nos ecossistemas florestais. Como um fungo saprofítico, decompõe matéria orgânica morta, reciclando nutrientes de volta ao solo e promovendo a saúde e sustentabilidade das florestas (Wachtel-Galor et al., 2011). Além disso, o Reishi enriquece o solo com matéria orgânica, melhora a estrutura e fertilidade do solo, e apoia a biodiversidade fornecendo habitat e alimento para vários microorganismos, insetos e pequenos animais (Batra et al., 2013). Este cogumelo também pode formar relações simbióticas com outras plantas, auxiliando na absorção de nutrientes e promovendo o crescimento vegetal (Jiang, 2016).
Sua importância vai além das propriedades medicinais e do papel ecológico. Reishi tem sido um símbolo cultural de saúde e longevidade, especialmente na China, onde é conhecido como “o cogumelo da imortalidade”. Sua imagem aparece em muitas formas de arte chinesa, incluindo pinturas, esculturas e bordados, desde a dinastia Yuan (1280–1368 d.C.) (Wachtel-Galor et al., 2011).
Em resumo, o cogumelo Reishi (Ganoderma lucidum) é uma espécie de grande importância tanto medicamente quanto ecologicamente. Suas propriedades terapêuticas, composição química diversificada e papel ecológico destacado o tornam um cogumelo valioso na promoção da saúde humana e na manutenção da saúde dos ecossistemas florestais.