A menopausa marca uma transformação significativa na vida de uma mulher. Antes de se iniciar a fase menopausal propriamente dita, existe um período preparatório conhecido como pré-menopausa ou peri-menopausa. Este estágio é crucial, pois é quando os primeiros sinais e desconfortos começam a surgir. A duração da pré-menopausa varia e se estende até a ocorrência do último ciclo menstrual. A menopausa é então oficialmente reconhecida quando a mulher não tem nenhum período menstrual durante 12 meses consecutivos. Normalmente, este fenômeno ocorre em mulheres na faixa dos 50 anos. Além disso, o período subsequente à menopausa, chamado de pós-menopausa, apresenta seus próprios sintomas característicos.
Origem da Menopausa
A menopausa é um processo natural e inevitável no ciclo de vida de uma mulher. Ela é caracterizada pelo fim da menstruação, pela diminuição da atividade dos folículos ovarianos e pela consequente redução na secreção dos hormônios estrogênio e progesterona. O estágio que antecede a menopausa, conhecido como pré-menopausa ou peri-menopausa, é marcado pela progressiva queda na produção de progesterona. Com a cessação da produção de estrogênio, instala-se a menopausa, trazendo consigo uma variedade de sintomas que podem afetar significativamente a qualidade de vida. Para enfrentar esses desafios, existem diversas abordagens e soluções naturais disponíveis.
Primeiros Sinais da Menopausa
A diminuição na secreção de progesterona é um indicativo primário que marca o início da menopausa. Essa alteração hormonal se manifesta através de sintomas comuns, como a redução na duração dos ciclos menstruais (por exemplo, de 28 para 25 dias) e a irregularidade dos períodos. Além disso, a reduzida produção de progesterona pode resultar em outros sintomas, como sensibilidade mamária, desconforto pré-menstrual e distensão abdominal
Duração da Menopausa
Discutir a duração da menopausa em termos de tempo não é exatamente aplicável, pois a menopausa não é um período temporário, mas sim uma fase definitiva na qual a capacidade reprodutiva da mulher chega ao fim. Uma vez iniciada, a menopausa é um estado permanente que acompanha a mulher pelo resto de sua vida. O que é mais relevante em termos de duração é a fase que a antecede: a pré-menopausa. Esta fase prévia geralmente dura cerca de 4 anos, e seu término é marcado quando a mulher permanece sem menstruar por um período de 12 meses consecutivos
Sintomas Durante a Menopausa
A experiência da menopausa varia significativamente de mulher para mulher. Enquanto algumas passam por esta fase sem sintomas notáveis, além da cessação da menstruação, outras enfrentam uma gama de problemas físicos e psicológicos desafiadores. Estes problemas, resultantes da deficiência hormonal em estrogênio e progesterona, são conhecidos como sintomas climatéricos e se manifestam de diversas maneiras:
- Ondas de Calor: Extremamente comuns, afetam de 50% a 85% das mulheres, de acordo com estudos. Caracterizam-se por suor excessivo, palpitações, calafrios, tremores, tonturas e desconforto geral. Frequentemente, as ondas de calor ocorrem à noite, provocando suores noturnos que podem perturbar o sono. Estes episódios variam em duração, de alguns segundos a vários minutos, e podem persistir por mais de 10 anos.
- Alterações de Humor: Distúrbios como irritabilidade, ansiedade e depressão afetam cerca de 30% das mulheres.
- Distúrbios do Sono: Problemas como dificuldade em manter o sono ou insônia são comuns, muitas vezes exacerbados pelos suores noturnos, afetando aproximadamente 30% das mulheres.
- Sintomas Vaginais: Incluem secura vaginal, coceira e dor durante relações sexuais. Esses sintomas podem ser acompanhados por uma diminuição da libido.
- Dor nas Articulações: As dores articulares são difusas, variáveis e geralmente mais intensas pela manhã.
- Ganho de Peso: Muitas mulheres relatam aumento de peso durante a menopausa.
- Dores de Cabeça: Este é um sintoma comum durante este período.
- Distúrbios Urinários: Problemas urinários podem se desenvolver ou se intensificar durante a menopausa.
É comum que alguns sintomas da menopausa, como as ondas de calor, continuem a se manifestar por um período prolongado. No entanto, eles tendem a diminuir tanto em frequência quanto em intensidade com o passar do tempo. Por outro lado, certos sintomas, como secura vaginal e problemas urinários, podem ser mais persistentes e duradouros. Adicionalmente, após a menopausa, observa-se um aumento no risco de desenvolver certas condições de saúde, incluindo osteoporose, doenças cardiovasculares e algumas doenças crônicas.
Utilizando Remédios Naturais na Menopausa
Para mitigar os sintomas da menopausa, muitas mulheres recorrem a soluções naturais, como plantas medicinais e cogumelos, além de outros remédios naturais. Estes são especialmente úteis no combate a ondas de calor, irritabilidade e alterações de humor. Os cogumelos medicinais são particularmente valorizados pelo seu efeito adaptogênico, o que os torna uma opção promissora durante o período da menopausa.
Cogumelos Medicinais como Reguladores Hormonais
O cogumelo Reishi (Ganoderma lucidum) é reconhecido por sua habilidade em regular hormônios, especialmente o estrogênio, cujos níveis declinam significativamente durante a menopausa. Pesquisas pré-clínicas e experimentos com animais revelaram que o Reishi contém componentes capazes de atuar como moduladores hormonais. Alguns estudos indicam que o extrato de Reishi pode exercer efeitos similares aos do estrogênio, possivelmente devido à sua interação com os receptores de estrogênio, influenciando assim a secreção e a atividade destes receptores.
Outro cogumelo, o Cordyceps (Cordyceps militaris), frequentemente apelidado de “viagra do himalaia” devido à sua origem e uso tradicional, também apresenta propriedades benéficas na regulação hormonal. Estudos com modelos animais demonstraram que ele pode influenciar a liberação de hormônios sexuais, como estrogênio e progesterona, contribuindo para o controle da atividade reprodutiva e a restauração de funções hormonais alteradas.
Assim, os cogumelos medicinais têm potencial para aliviar sintomas como ondas de calor, atuando na redução das flutuações hormonais que desencadeiam esses episódios de calor intenso. Eles também podem ser eficazes na regulação dos níveis hormonais para o tratamento de condições associadas à menopausa, como a osteoporose, desde que sua segurança seja plenamente assegurada.
Melhorando o Sono e o Humor Durante a Menopausa
Estudos sobre a melhoria de distúrbios do sono durante a menopausa destacam o papel do Reishi, um cogumelo usado na medicina asiática há mais de 2.000 anos. Conhecido como o “cogumelo da imortalidade”, ele ocupa um lugar de destaque na medicina chinesa e é rico em ß-glucanos, como o ganoderan, além de conter mais de 120 diferentes compostos triterpenos. O Reishi é particularmente interessante devido aos estudos que investigam seus efeitos na regulação do sistema nervoso e na melhoria da qualidade do sono.
A pesquisa científica sugere que o Reishi pode ter um impacto positivo no sono. Embora ainda não haja confirmação definitiva, um estudo com animais de 2021 forneceu indícios dos efeitos do Reishi no sono. Neste estudo, a administração da fração ácida do extrato alcoólico do micélio de Ganoderma lucidum (GLAA) reduziu o tempo necessário para adormecer e prolongou a duração do sono em camundongos. Há também investigações em curso sobre a capacidade do Ganoderma de regular o sistema nervoso central (SNC).
Além disso, o Reishi demonstrou interagir com a via GABA (ácido gama-aminobutírico), conhecido por seu papel vital na regulação do sono e da ansiedade. Ao estimular os receptores GABA, o Ganoderma lucidum pode promover relaxamento, induzir o sono e melhorar sua qualidade.
Outro cogumelo, o Juba de Leão (Hericium erinaceus), é reconhecido pelos seus benefícios para o humor e o bem-estar emocional. Um estudo clínico, por exemplo, revelou que o Hericium reduziu a irritabilidade e a ansiedade em mulheres pós-menopausa, além de contribuir para a melhora da qualidade do sono.
Cogumelos como Agentes Anti-inflamatórios na Menopausa
Durante a menopausa, é comum o desencadeamento de processos inflamatórios, que podem resultar em sintomas como dor nas articulações e nos músculos. Uma variedade de cogumelos, incluindo Cordyceps, Shiitake, Reishi e Maitake, são conhecidos por seus efeitos anti-inflamatórios, atribuídos às suas moléculas bioativas. Os compostos anti-inflamatórios presentes nesses cogumelos são quimicamente diversos, abrangendo polissacarídeos como os ß-1,3-1,6-D-glucanos, terpenoides, compostos fenólicos, entre outras moléculas de baixo peso molecular.
Futuras pesquisas visam confirmar essas observações e, particularmente nos estudos com animais, avaliar se esses efeitos são aplicáveis aos humanos. Caso comprovada sua eficácia, o Reishi, em particular, poderá se tornar um recurso ainda mais valioso para mulheres na fase da menopausa.
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